Sobre mim

Conheça um pouco da minha trajetória.

Gilliard Santos

Sou de Madalena-CE. Em toda oportunidade que tenho, sempre falo o nome da minha cidade. Meus alunos que o digam! Mas, oficialmente, conforme consta em meu registro de nascimento, nasci no município vizinho, de Boa Viagem, mais precisamente no Hospital e Maternidade Adília Maria de Lima, porque, naquele ano de 1988, ainda não havia hospital na recém-emancipada cidade de Madalena. No entanto, de fato, durante toda a minha infância e juventude morei na comunidade (hoje, distrito) de Cajazeiras. Houve uma pequena pausa (dos meus dez aos doze anos – de 1998 a 2000) quando fomos, toda a família, morar na comunidade de Sabonete, onde residia minha avó materna e onde minha mãe havia crescido.

Sou filho de agricultores. Sou o mais velho de uma família de quatro irmãos. Meu pai, a maioria dos meus tios e meus avós, de ambos os lados, garantiram o sustento de suas famílias através da agricultura, em regime familiar, no cultivo de milho e feijão. Na roça, ajudando minha família, destoquei, plantei, cultivei, limpei mato (ou capinei, como costumam dizer na cidade), quebrei milho, apanhei feijão. Fiz de tudo na agricultura. Até broquei! Mas, sendo sincero, nunca me empolguei muito com aquelas atividades. Talvez por estar ciente, desde cedo, das dificuldades impostas pelas constantes secas. Muitas vezes, no ano em que o sertanejo mais se esforça, perde tudo, devido à instabilidade do clima.

Nasci em uma casinha simples, de taipa. Infelizmente, não tenho fotos dela. A casa de taipa é uma marca do homem simples do sertão nas décadas passadas. Era muito comum vê-la na paisagem sertaneja, por ser barata e segura. Em se tratando de foto, tenho apenas a da Casa Velha, uma casa grande de alpendre, de taipa, que foi construída pelo meu avô e foi onde meu pai nasceu. Posteriormente, meu avô construiu outra casa para sua grande família, de alvenaria, cercada de alpendres e se mudou para lá quando meu pai ainda era criança. E a Casa velha passou a ser usada como depósito para guardar os equipamentos utilizados na lavoura, bem como para armazenar produtos como milho, por exemplo, de todos os tios. Era também, em diversos momentos, ponto de encontro para conversas.

Durante a infância, passei por situações complicadas no que se refere ao aspecto financeiro da família. Tudo era muito difícil e, em minhas primeiras lembranças, recordo meus pais fazendo o possível para sobrevivermos. O fantasma da fome é sempre presente em quem vive com pouco, sem ter uma fonte de renda certa. O sertanejo, diante das dificuldades impostas, vive um dia de cada vez e quando se deita, à noite, nem sempre tem certeza do que terá para pôr à mesa no dia seguinte, ou se terá.

Meu pai deixava claro (mais com ações do que com palavras) que sonhava em ter uma vida diferente e, por vezes, empreendeu suas aventuras, como quando foi trabalhar por uns meses em São Paulo, ou quando fomos, toda a família, ao final de 1999, morar em Aquiraz. Ele conseguiu um emprego de caseiro para zelar uma mansão no Porto das Dunas, mas as coisas acabaram não dando certo e nossa estadia durou não mais do que algumas semanas.

Sempre fui muito distraído (muito, muito mesmo!), quem me conhece, sabe. Quando criança, era calmo, tímido e, por diversas vezes, me perdia em pensamentos; vivia no mundo da lua, dando asas à imaginação… Quando fazia alguma atividade mais rotineira, no roçado, por exemplo, ficava a imaginar mil coisas.

Sobre esta minha característica, escrevi o cordel “Quando eu ia pra escola”, que conta um pouco das aventuras que se passavam na minha cabeça quando eu ia para a escola, na época em que morava no Sabonete. O período exato era o ano de 1999, quando eu, então com 11 anos, cursava a antiga quinta-série, na escola Vicente Patrício de Almeida, no Distrito de Macaoca.

Justo naquele ano (não sei se alguém recorda), houve horário de verão no Ceará, eu me lembro disso de maneira muito intensa, porque precisava acordar de madrugada, ao som dos galos nos quintais e do Carneiro Portela, em seu programa de rádio diário. Entre uma música e outra, ele informava a hora e isso nos orientava nos nossos preparativos matinais.

Eu morava na última casa do vilarejo, ao topo de um grande alto e caminhava um trecho de, não sei ao certo, talvez um quilômetro e meio ou dois, para pegar o ônibus que nos levaria até a escola. Geralmente eu ia com meus primos, que moravam em pontos mais abaixo da comunidade, mas tenho lembranças de, eventualmente, fazer o percurso todo sozinho. Neste período, eu ainda não pensava em ser poeta.

O meu despertar para a poesia veio quando voltei a morar em Cajazeiras. Lembro que eu, muito curioso, adorava vasculhar alguns livros que minha avó Neuza guardava da filha dela. Tia Ritinha era estudiosa e cedo se tornou professora, porém faleceu muito jovem, aos vinte e um anos, vítima de meningite. E minha avó mantinha alguns de seus livros com muito cuidado em uma velha estante de madeira. Eram livros didáticos, em sua maioria referentes às séries que hoje correspondem do 6° ao 9° ano. Havia alguns cadernos usados e livros de biologia, matemática e português/literatura. Não eram muitos, mas o suficiente para eu folheá-los do começo ao fim.

Em uma tarde, eu estava lendo um desses livros da Tia Ritinha, de Português, e me deparei com o poema Caso do Vestido, de Carlos Drummond de Andrade. Eu me encantei com aqueles versos. Achei magnífico o poema! Trata-se de um poema cadenciado e que conta uma história que, a princípio, não ficou muito clara em uma primeira leitura, mas que me chamou muito a atenção. E eu devo ter lido umas três vezes seguidas, tentando compreender melhor. Foi a partir desse dia que eu percebi que a poesia permitia infinitas possibilidades. Eu devia ter 13 ou 14 anos, não sei ao certo.

A partir de então, comecei a me interessar, primeiramente, por ler poesia e, ato contínuo, eu registraria meus primeiros versos. Comecei escrevendo cordel e também versos livres. Eu tinha um caderninho, guardado a sete chaves, no qual ia colocando minhas notas poéticas. Mas tudo ainda acontecia muito em câmera lenta, muito timidamente, em todos os sentidos.

Quem ousa escrever, precisa, primeiramente, ler. Ler muito! E, como não poderia deixar de ser, a prática da leitura foi fundamental na minha vida, mas confesso que, tirando os livros didáticos da minha tia, só vim desenvolver isso, de maneira mais sistemática, ao final do segundo ano do ensino médio. Foi quando me dei conta de que somente a leitura, de diversas obras, me daria o conhecimento que eu tanto ansiava.

Infelizmente, na escola da minha época, sobretudo no ensino médio, não havia livros didáticos disponíveis para os alunos. Todo o conteúdo, de todas as matérias, era copiado na lousa. Lembro, por exemplo, que havia pouquíssimos livros de Biologia na biblioteca, para toda a escola.  A precariedade era tanta no ensino da época que, além de livros, também não havia laboratórios; não havia quadra de esportes; não havia sequer merenda escolar. A partir de 2003, a situação começou a melhorar significativamente, mas, quando vieram chegar livros didáticos para os alunos, eu já estava concluindo o ensino médio.

No terceiro ano, intensifiquei minhas leituras. Lia os clássicos da literatura, como Machado de Assis e José de Alencar. Não sem achá-los muito difíceis, mas eu sabia que precisava daquilo, sabia que precisava avançar e, como forma de facilitar o processo, eu os intercalava com alguma leitura que considerava mais fácil como, por exemplo, os livros infanto-juvenis de Pedro Bandeira (sim, li todas as aventuras dos Karas). E, desde já, tinha muito interesse em filosofia e cheguei a ler alguns livros introdutórios ao pensamento de alguns filósofos, como Voltaire, Nietzsche, dentre outros. Por vezes eu ficava também por longos períodos na biblioteca da escola, debruçado sobre a Enciclopédia Barsa (o Google da época).

Uma vez encontrei um livro chamado “Cinco anos sem chover”. Era pequeno, devia ter 50 ou 60 páginas. Eu gostei muito e, depois de concluir sua leitura, fiquei muito curioso para ler o tão famoso O Quinze, de Rachel de Queiroz, mas não havia na biblioteca da escola. Depois fui à biblioteca pública municipal, mas ele também não estava lá. Fiquei somente na vontade. Hoje ele está ao alcance dos dedos de quem quiser ler, pois pode ser facilmente encontrado em PDF na internet.

Ao final do terceiro ano, eu tinha muitas dúvidas. As incertezas que comumente pairam na cabeça de qualquer adolescente me acometiam de maneira particularmente forte. Eu sabia que queria estudar, fazer faculdade, mas não sabia muito bem como faria isso. As dificuldades eram muitas, meus pais não tinham condições para me ajudar nesse processo.

Mas foi então que vi uma luz ao final do túnel: A Casa do Estudante do Ceará (CEC). Trata-se de uma instituição autônoma, que abriga estudantes carentes que saem do interior para estudar em Fortaleza. Fiquei sabendo que a CEC estava com seleção aberta para novos moradores. Realizei minha inscrição, enviei as cópias dos documentos por Fax (sim, em 2005 o fax ainda era amplamente utilizado) e, por fim, fiz o processo seletivo, que compreendia prova e entrevista.

Aquele ano de 2005 foi muito proveitoso para mim, em todos os sentidos. Escrevi bastantes poemas e algumas esquetes de teatro (mesmo sem ter muito conhecimento disso), visto que eu participava de um grupo de jovens (O Força Jovem) que realizava atividades tanto religiosas quanto culturais. Eu não tinha aula específica de redação no colégio, mas, em certo período, comecei a fazer uma redação por semana, mesmo que ninguém as corrigisse, apenas para exercitar a escrita. Até hoje tenho algumas delas guardadas.

Fiz a prova da 1° Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – OBMEP; fiz também o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e fui relativamente bem. Naquela época, ainda eram 63 questões mais redação em apenas um dia de prova. Com o resultado em mãos, me candidatei a uma vaga no curso de Administração na Estácio (Na época, FIC), pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). Na época o ENEM ainda não era aceito como forma de ingresso em Universidades Federais. Em paralelo a todas essas investidas, não descuidei das atividades agrícolas, preparei a terra para plantar no ano seguinte. Seria o meu seguro, caso nenhuma das minhas apostas desse certo.

Mas elas deram. Fui premiado na OBMEP com a medalha de prata, ganhando também uma bolsa de iniciação científica júnior. Além do mais, ganhei uma Bolsa de 100% no ProUni e passei na seleção da CEC. Fui morar em Fortaleza, chegando à capital no dia 10 de janeiro de 2006, trazendo apenas duas coisas na bagagem: a cara e a coragem.

Passei por muitas dificuldades no início, e algumas vezes até fome, porque a instituição, infelizmente, não garantia todas as refeições; eram apenas café da manhã e almoço, de segunda a sábado. E, logo que cheguei, o refeitório ainda estava fechado, por ser início de ano. Essa informação eu não sabia até chegar lá. Mas ia me virando como podia.

Curioso como sou, nos primeiros dias em Fortaleza, procurei conhecer a cidade. E andei muito pelas ruas da Aldeota, próximas à CEC, e também pelo centro da cidade, que ficava a poucos minutos de caminhada. Era uma forma de descobrir, aos poucos, os cantos e encantos daquela metrópole que eu mal tinha visitado antes de vir morar. Tudo era muito diferente. Uma das cenas que mais me chocaram foi quando vi um homem sendo espancado no meio da rua, porque teria furtado o dinheiro de alguém. Fiquei parado, olhando de longe, sem conseguir esboçar nenhuma reação. Depois de alguns instantes, chegou um senhor tentando evitar o linchamento e colocou as mãos nos bolsos do moribundo, procurando o objeto do furto, mas não encontrou nada. Mas o que quero dizer com isso é que me vi diante de uma realidade muito nova, e, não menos, assustadora!

Em poucos dias, comecei a faculdade. Tive outros grandes choques. Lá estava eu, garoto pobre, sem conhecer quase nada da cidade, estudando à noite em uma faculdade particular, com muitas pessoas mais maduras, já que em um curso de Administração noturno a maioria trabalha. Foi muito difícil no início, mas até que tirei de letra.

Como aluno esforçado que eu era, em pouco tempo (no segundo semestre, para ser mais exato) eu estava dando aulas para alguns de meus colegas. Lembro-me até hoje do dia em que recebi meu primeiro dinheiro com aulas particulares. Costumo ser muito forte, mas, naquele dia, eu me lembro de ter chorado de alegria, de emoção. Aquilo representava muito para mim. Meus pais mandavam uma ajuda mensal, mas era muito pouco, porque eles não podiam enviar muito. Assim que me mudei para Fortaleza, recordo que recebi também ajuda de amigos, que fizeram uma vaquinha para arrecadar dinheiro para mim. Sou muito grato por tudo.

O ano de 2006 foi determinante em minha vida, foi quando dei os primeiros passos da minha formação profissional e quando tive que assumir muitas responsabilidades. Nesse período, ocorreram muitos acontecimentos marcantes, a maioria bons, mas houve também eventos muito tristes, pois foi quando perdi meu pai.

No ano de 2007, depois de muito atraso, fui, finalmente, chamado para fazer o curso de iniciação científica que havia ganhado em 2005, através da OBMEP. As aulas eram quinzenais, aos finais de semana, em Quixadá, nas instalações da UECE (FECLESC) e, além de passagem, alimentação e estadia, eu ganhava uma bolsa mensal de R$ 100,00. Isso também me ajudou muito.

Ao longo da graduação, usufruí de todas as possibilidades que a faculdade me dava. Lembro que havia uma biblioteca excelente, bastante vasta de livros técnicos e também de literatura. Um dos primeiros livros que peguei para ler foi, como não poderia deixar de ser: O Quinze. Além do usufruto da biblioteca, fiz várias visitas técnicas em empresas, participei de iniciação científica voluntária… É que a Faculdade oferecia desconto na mensalidade para os alunos bolsistas, mas como eu tinha bolsa de 100% do ProUni, então participava apenas pelo conhecimento. Fui também monitor, e também voluntário, devido o mesmo motivo.

Em 2010, finalmente me formei. Foi uma grande vitória. Eu deveria ter concluído até um pouco antes, porém atrasei o curso, porque participei, de maneira ativa, da gestão da Casa do Estudante e, por conta disso, em alguns semestres, fiz menos disciplinas que o normal.

Como citei anteriormente, a CEC é autônoma e, assim sendo, sua gestão é feita pelos próprios moradores, que são eleitos em cargos com duração de um ano para representar a entidade. Ela é mantida por um recurso do município de Fortaleza, mais especificamente, por uma parte do dinheiro que é arrecadado com o processo de confecção das carteiras de estudantes. Fui 1° tesoureiro e também presidente daquela instituição. Ambos os cargos eram voluntários e demandavam muito tempo, mas eu fazia aquilo com muito empenho, porque era uma forma de agradecer à Casa que me abrigou no momento em que eu mais precisava.

A Casa do Estudante foi um capítulo muito importante na minha vida. Lá cresci muito, em todos os sentidos. Ampliei meus conhecimentos, desenvolvi habilidades de comunicação, de socialização, aprendi política na prática… Era um ambiente muito rico culturalmente, havia pessoas de todo o Ceará e de alguns estados vizinhos, havia muitas diferenças de cultura, de religião, de sotaques, de tudo! E discutíamos muito, conversávamos, adentrávamos a madrugada em debates enriquecedores. Lá conheci pessoas maravilhosas e fiz grandes amigos, muitos com os quais tenho frequente contato até hoje.

Durante os anos de faculdade, estagiei pouco. Como eu comecei a dar aulas particulares e ia conseguindo, ainda que com algumas restrições, me manter, demorei para procurar um estágio ou um emprego que me tomasse mais tempo. Eu queria me dedicar mais aos estudos e os estágios disponíveis eram, em sua maioria, de oito horas diárias, já que estou falando de um período anterior à atual lei que limita em seis horas. Mas, no ano de 2008, consegui minha primeira experiência formal, como estagiário do Sebrae. Hoje considero que tomei a decisão certa em relação à espera, pois minha prioridade era focar nos estudos.

 No final de 2010, poucos meses antes de me formar, tive uma grande oportunidade profissional: fui aprovado no processo seletivo para estagiar nas Lojas Americanas. Era um estágio para gerência e eles contratavam justamente quem estava nos últimos meses de graduação. Passei na seleção e estagiei em algumas lojas, aprendendo todas as práticas gerenciais do varejo. Depois fui efetivado. Assinaram minha carteira no dia 4 de janeiro de 2011, como gerente comercial, que, na prática, era o gerente responsável pela operação da loja: abrir, fechar, orientar funcionários, conferir o recebimento de mercadorias nos caminhões, alimentar sistemas, cuidar do aspecto comercial do ponto de venda. Enfim, fazia de tudo um pouco. E foi uma grande escola.

Aqui conto outra parte muito importante da minha vida, de cunho pessoal. Eu namorava Keline desde que morava no interior (já que ela também é de lá) e mantivemos nosso relacionamento, mesmo à distância. De origem familiar parecida com a minha, em 2009, ela também se mudou para Fortaleza; veio estudar e, na ocasião, morava com sua tia. Quando terminei a faculdade e comecei a trabalhar, com poucos meses, saí da CEC e alugamos uma casa para morarmos juntos. Meses depois, em 27 de janeiro de 2012, nós nos casamos. Keline passou a ser, desde a adolescência, minha companheira de vida, meu amor. É com ela que divido os sonhos e as esperanças.

Fiquei nas Lojas Americanas por mais de dois anos e pedi demissão em 2013, por entender que não estava mais me identificando com aquelas atividades. Eu pensei muito e, finalmente, decidi que queria ser professor. Não foi algo do dia para a noite. Como eu gosto de estudar, gosto do ambiente de sala de aula e sou bastante paciente, pensei que fosse gostar. Fiquei de olho em quaisquer possibilidades de lecionar e, depois de algum tempo, surgiu uma oportunidade no Senai. Fiz a longa seleção, com várias etapas. Fui aprovado. Comecei uma nova jornada.

Ser professor é algo fantástico. No começo, tive algumas dificuldades, mas a prática com aulas particulares, de certo modo, ajudou As primeiras turmas foram um desafio, mas consegui me sair bem. Sou muito esforçado e me identifiquei muito com a atividade. Sentia, e continuo sentindo muita felicidade por estar à frente de uma turma, explicando conceitos, desenvolvendo ideias, estimulando reflexões…

Durante o período de Senai, fiz uma especialização em Administração Financeira na UECE (2014 a 2016) e ao final de 2016 resolvi cursar mestrado. Passei na seleção do Programa de pós-graduação em Administração & Controladoria (PPAC – UFC). Havia me programado para sair do trabalho, porque não daria para conciliar os horários. Felizmente, consegui uma bolsa da FUNCAP e isso fez com que eu ficasse um pouco mais tranquilo durante o mestrado.

O primeiro ano foi muito pesado, especialmente o primeiro semestre. Mas foi um período inesquecível. Fiz alguns amigos e conheci muita gente boa. Durante o segundo ano, fiz todas as seleções para professor que apareceram. Dentre elas, a seleção para professor efetivo do Centec, e de temporário, da UECE. No início de 2020, fui chamado pelo Centec, para dar aulas em escolas profissionalizantes do Estado (as EEEPs), nos cursos técnicos de Administração e Logística. Mais recentemente fui chamado também pela UECE, para dar aulas nos Cursos de Administração e Ciências Contábeis. Mas permaneço na EEEP, pois consigo conciliar as duas atividades.

Em relação à escrita, por um tempo, parei um pouco o ritmo. Entre 2010 e 2015, não escrevi quase nada. Devido às muitas responsabilidades no trabalho e intensidade das atividades desenvolvidas, passei por um bloqueio criativo extremamente longo. Mas, a partir de 2016, voltei a rabiscar meus versos com mais frequência. Em 2018 reuni os poemas escritos desde a adolescência e publiquei meu Introito Poético. Era um livro necessário, eu não podia mais esperar, pois sentia que estava mudando um pouco meu estilo, amadurecendo poeticamente, alterando minha forma de compor e era necessário que houvesse uma cisão entre minha produção de antes e de depois.

Em 2020 veio a pandemia e, apesar de todos os problemas, segui escrevendo. Passei a me dedicar mais ao soneto, forma clássica que considero extremamente bela: o traje de gala da poesia. Ingressei no grupo Fórum do Soneto, que congrega, sem dúvidas, os maiores sonetistas brasileiros da atualidade. Depois ingressei também na Academia Brasileira de Sonetistas (ABRASSO), na qual ocupo a cadeira de n° 27. É uma honra fazer parte dessa instituição e estar ao lado de poetas tão grandiosos.

E assim sigo a vida. Vou procurando desempenhar meu papel na sociedade, com garra, com esperança, com ética, trazendo em meu bornal poemas e esperança. Durante toda a minha caminhada, sempre me permiti fazer planos e assim sigo a estrada da vida, sempre sonhando, mas sem nunca tirar os pés no chão. E sigo tentando, a cada dia, contribuir para que tenhamos um mundo melhor. Vamos juntos?

Comentários:

Escrever é um processo de autoconhecimento,
Uma espécie de caminhada descomprometida,
E o artista das emoções se aventura
Por caminhos de versos...
A chegada é o que menos importa!

Gilliard Santos