Eu vi uma cena tão bela,
Dessas de encher os olhos…
Um pai, sentado na varanda de casa,
Dava leite ao seu filho com uma mamadeira.
Fim de tarde, sol poente,
Tempo fresco, raios de luz entre os prédios…
Apesar do turbilhão da metrópole
A rua estava calma,
Estranhamente calma, até…
Silêncio, quase nenhum carro,
A criança estava também calma,
Quieta, sonolenta, no colo…
O pai devia ter 35 ou 40 anos;
O filho, entre um e dois.
A criança vestia uma camiseta amarela
E uma fralda branca, descartável…
A conexão entre pai e filho era muito bonita;
Havia espaço para muita poesia,
Mas este poema quer tocar em apenas um ponto:
Daqui a duzentos anos
O pai, o filho e o poeta que vos escreve
Não estaremos mais a transitar por este mundo,
Mas continuarão a mamadeira e a fralda descartável
Em algum lugar…
Provavelmente no oceano!
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