Numa foto antiga vejo uma mulher sozinha,
Sentada em um banco cinzento
De uma calçada cinzenta,
Ao lado de grandes pedras cinzentas.
Há algumas pessoas cinzas ao fundo, quase sem foco…
A mulher, que aparenta ter uns trinta anos,
De costas para o mar observa… distraída…
Como quem não se preparou para ser fotografada!
Ela usa um vestido cinza claro
E um sapato cinza (dois ou três tons mais escuro).
O mar, ao fundo, também é cinza.
Na verdade, sei que quase nada é cinza…
O mar deve ter um tom esverdeado;
O vestido, quem sabe seja branco,
Ou pode ser, claro… amarelo, rosa, verde claro…
Entre o que é e o que aparenta ser
Há muitas possibilidades…
E nunca saberemos a verdade, de fato!
Os sentimentos que rodeiam a mente dessa mulher
Também são inacessíveis,
Mesmo para um poeta!
Obs: Poema premiado em 4° lugar na categoria poema livre, no XXX Concurso Nacional de Poesias Augusto dos Anjos, ocorrido em 2021.
Comentários: